domingo, 27 de fevereiro de 2011

Conter

Lígia Dumont

Basta-me o silêncio que rasgue minh’alma e cale os pensamentos,
o escuro noturno que embace o olhar diante dos reflexos do mundo.
Sei que a fantasia é uma verdade somente minha!

Chove!
E a chuva não tem o efeito nostálgico de outrora, não refresca nem alivia.
Inúteis águas a rolarem dos céus!

Contive pensamentos como quem os encarcera,
calei-os como quem cala uma criança.
Sem soluços, não balbuciarão!
Tornou-se imperceptível a presença do mudo prisioneiro.

Até nos depararmos em sonhos, onde são livres!
é quando zombam de minha mente,
deturpam imagens em mensagens que apavoram.
Acordo cansada!

Sou Eu a prisioneira no mundo dos sonhos!
Antes de adormecer, suplico algo que denuncie a presença do emudecido Pensamento.
Que arranque ferozmente sua mordaça.
Algo que me faça GRITAR!





Quadro do pintor Expressionista: Edvard Munch - O Grito

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